quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Padre Bartolomeu de Gusmão

Clérigo e inventor do aeróstato, Bartolomeu Lourenço de Gusmão, nasceu por volta de 1685, no Brasil. Estudou no seminário da Companhia de Jesus na Baía. Mais tarde veio para Portugal, já sacerdote, e matriculou-se na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra.
Em 1709 apresentou a D. João V uma petição em que anunciava ter descoberto um "instrumento para se andar pelo ar", a chamada passarola, apontando-lhe diversas utilidades práticas. O monarca manifestou interesse nas suas demonstrações. Mas as experiências ficaram aquém das expectativas e acabaram por desmotivar Gusmão do prosseguimento das suas invenções. Desiludido, Gusmão continuou o curso universitário em Coimbra, que interrompera, obtendo o seu doutoramento em Cânones.
Depois de fundada a Academia Real da História,
Bartolomeu de Gusmão foi logo nomeado membro da instituição, e D. João V colocou-o na secretaria de Estado. Foi depois encarregado pela Academia de redigir em português a história do bispado do Porto. Apesar das honras acumuladas, acabou por ter que partir para Espanha, em fuga da Inquisição, em 1724. Morreu em Toledo nesse mesmo ano.

Aeróstato

O primeiro voo da história num aeróstato deve-se ao santista Bartolomeu de Gusmão que, em 1709, perante a Corte em Lisboa voou num invento da sua autoria baptizado de Passarola. A Passarola era um balão de ar quente de grandes dimensões. Na realidade a "Passarola" nunca voou.
Passarola

Apesar de existirem desenhos e descrições da época, não se sabe hoje em dia, quais as exactas características técnicas da Passarola, devido à perda dos projectos e documentos originais e ao desconhecimento dos autores da época em questões de ciência aeronáutica. O desenho mais conhecido da passarola não deve passar de uma especulação, feita por um autor que nunca observou o aparelho original e que tentou reproduzi-lo como um navio voador.

Sabe-se apenas que a Passarola era um aeróstato aquecido a ar quente, aquecimento esse que era produzido através de uma fonte de ignição instalada numa barca sob o aparelho. Tecnicamente a passarola devia ter as características dos actuais balões de ar quente.

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